0 Subindo e Descendo o Villarrica - 1a Parte - Blog do Rodrigo - 1000 dias

Subindo e Descendo o Villarrica - 1a Parte - Blog do Rodrigo - 1000 dias

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Subindo e Descendo o Villarrica - 1a Parte

Chile, Pucón

O vulcão Villarrica, na sua parte mais alta, tem sempre as encostas bastante inclinadas (região de Pucón, no sul do Chile)

O vulcão Villarrica, na sua parte mais alta, tem sempre as encostas bastante inclinadas (região de Pucón, no sul do Chile)


Hoje, no mundo, cientistas estimam em cerca de 1.500 o número de vulcões geologicamente ativos nos seis continentes. No fundo do mar, o número é provavelmente bem maior, mas ninguém sabe ao certo. Desses 1.500 vulcões, por volta de 600 tiveram erupções que ficaram registradas pelo homem. Os outros 900 deixaram pistas que mostram que ainda são potencialmente ativos.

Nosso guia Hector dá as últimas instruções ao grupo antes do início da subida do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile

Nosso guia Hector dá as últimas instruções ao grupo antes do início da subida do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile


Nosso guia Hector, um biólogo especializado em extremófilos, carrega cordas e material de primeiros socorros em sua pesada mochila, um pouco antes do início da subida do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile

Nosso guia Hector, um biólogo especializado em extremófilos, carrega cordas e material de primeiros socorros em sua pesada mochila, um pouco antes do início da subida do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile


O Chile é o segundo país do mundo em número de vulcões, perdendo apenas para a Indonésia. Ambos se encontram no chamado “Círculo de Fogo do Pacífico”, onde se concentram a maioria dos vulcões conhecidos do planeta. No Chile, estima-se o número de vulcões em 2 mil, mas a maioria já está extinta. Ativos, são cerca de 125, sendo que metade deles teve alguma atividade vulcânica nos últimos 450 anos, tempo em que começaram a se fazer registros das erupções.

Com o Haroldo na base do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile, 22 anos depois de termos subido o vulcão pela primeira vez

Com o Haroldo na base do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile, 22 anos depois de termos subido o vulcão pela primeira vez


O primeiro trecho da subida do Villarrica, de 1.280 m a 1.600 metros de altitude, pode ser feito a pé ou de teleférico! (região de Pucón, no sul do Chile)

O primeiro trecho da subida do Villarrica, de 1.280 m a 1.600 metros de altitude, pode ser feito a pé ou de teleférico! (região de Pucón, no sul do Chile)


De todos esses, o mais ativo, e provavelmente o mais conhecido, é o Villarrica. Localizado 775 km ao sul de Santiago, ao lado do lago de mesmo nome e a poucos quilômetros de Pucón, essa montanha de 2.850 metros de altitude já teve 49 grandes erupções desde que começaram os registros, em 1558. Isso dá uma média de uma erupção a cada 10 anos de intervalo, número que impressiona até mesmo aos vulcanólogos. Mas o que atrai mesmo os turistas é outra peculiaridade: o Villarrica é um dos poucos vulcões do mundo a ter, permanentemente, um lago de lava no interior de sua cratera e que pode ser acessado e visto por turistas.

A Ana, de teleférico, passa pelo Rodrigo, a pé, no início da subida do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile

A Ana, de teleférico, passa pelo Rodrigo, a pé, no início da subida do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile


Na parte inicial da subida do vulcão Villarrica, o Rodrigo acena para a Ana, que passa de teleférico sobre ele, na região de Pucón, no sul do Chile

Na parte inicial da subida do vulcão Villarrica, o Rodrigo acena para a Ana, que passa de teleférico sobre ele, na região de Pucón, no sul do Chile


Por isso, uma verdadeira indústria de turismo de vulcões se desenvolveu em Pucón. São dezenas de agências que oferecem passeios até o cume da montanha, de onde se tem uma vista magnífica de toda a região, além, é claro, de uma visão privilegiada do lago de lava fervente. Em anos “normais”, quase 15 mil turistas chegam ao cume da montanha depois da árdua caminhada, a maioria deles durante os meses de verão. Chamo de “anos normais” aqueles em que o vulcão não entra em atividade mais violenta e a montanha fica interditada para o turismo. Fumaça, ele solta todos os dias, mas lava escorrendo por suas encostas, como já disse acima, na média é um ano em cada dez.

Uma selfie no teleférico que sobe um trecho da subida do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile

Uma selfie no teleférico que sobe um trecho da subida do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile


O Haroldo e o resto do grupo enfrentando as encostas nevadas do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile

O Haroldo e o resto do grupo enfrentando as encostas nevadas do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile


A maior erupção conhecida da montanha foi em 1971, quando morreram 200 pessoas nas cidades próximas. Desde o século XVI, o número de mortos chega a 300. A última erupção a gerar rios de lava foi em 84, mas as medidas cada vez mais eficazes de precaução do governo impediram que houvesse qualquer morte nessa erupção. Depois disso, houve erupções menores em 2000 e 2005 (passamos por lá um ano antes que ele entrasse em erupção novamente, em março de 2015). Essas erupções serviram para encher de lava novamente sua cratera de 200 metros de diâmetro. O lago de lava fica entre 100 e 150 metros abaixo da linha da cratera, que é até onde os turistas chegam. Se ele estiver mais baixo, não se pode ver a lava, apenas ouvir seu contínuo rugido.

Subindo o vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile (foto de Haroldo Junqueira)

Subindo o vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile (foto de Haroldo Junqueira)


Subindo o vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile (foto de Haroldo Junqueira)

Subindo o vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile (foto de Haroldo Junqueira)


Sem dúvida nenhuma, o Villarrica é a principal atração turística de toda a região. Seja apenas como uma magnífica referência no horizonte, para quem quiser apreciá-lo apenas de baixo, seja como o desafio a ser vencido, para quem se anima a fazer a caminhada até seu cume e ser recompensado com as visões que essa aventura possibilita. Eu me encaixo no segundo grupo de pessoas e foi exatamente a subida do Villarrica a minha mais forte experiência quando passei por Pucón em 1992. As memórias, não só da subida do vulcão e de sua cratera de lava borbulhante, mas também da divertida descida fazendo “skibunda” jamais saíram da minha cabeça, mesmo depois de duas décadas. Por isso, voltar a Pucón durante os 1000dias e subir novamente o Villarrica, agora acompanhado pela Ana, sempre foi uma verdade inquestionável para nós. Ainda mais quando uma feliz coincidência possibilitou que o meu primo Haroldo estivesse na região nos mesmo período em que nós planejávamos passar por aqui.

Tempo para descansar na longa subida do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile

Tempo para descansar na longa subida do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile


Quanto mais alto estamos no vulcão Villarrica, mais bela fica a vista que temos da região de Pucón, no sul do Chile

Quanto mais alto estamos no vulcão Villarrica, mais bela fica a vista que temos da região de Pucón, no sul do Chile


Naquela viagem de 1992, eu estava justamente acompanhado pelo Haroldo e por um outro amigo, o Pfeifer. Juntos, subimos e escorregamos pelas encostas do Villarrica e a possibilidade de subir novamente o vulcão junto com o Haroldo não poderia ser desperdiçada. Assim, tratamos de ajustar nossa viagem para passar por aqui bem na data do triatlo que ele faria na cidade de Pucón. Ele fez a prova e, na manhã seguinte (hoje!), estava prontíssimo para subir conosco o Villarrica. Aliás, na verdade foi ele que marcou com a agência de turismo e, mais do que isso, nos presenteou com o passeio. Nosso único trabalho foi chegar aqui a tempo!

Enfrentando as encostas geladas do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile

Enfrentando as encostas geladas do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile


Enfrentando as encostas geladas do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile

Enfrentando as encostas geladas do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile


Apesar dos milhares de turistas que sobem a montanha anualmente e das dezenas de agências de turismo que oferecem o passeio, ele não é, de maneira nenhuma, uma tarefa fácil e isenta de riscos. Muito pelo contrário! É preciso estar em forma, pois são mais de mil metros verticais de subida, a maioria deles caminhando na neve. O tempo normal da subida e descida é de 6 horas, um esforço que não é para qualquer um. Além disso, não é incomum que essas pessoas sejam obrigadas a desistir na metade do caminho por causa do mal tempo. Não só porque o esforço seria ainda bem maior, mas principalmente pela segurança. Os casos de mortes de turistas são raros, mas eles ocorrem. Principalmente quando, devido ao frio, a neve se transforma em gelo e a montanha fica muito escorregadia. Um pequeno escorregão pode se transformar em tragédia.

Um dos muitos grupos a subir o vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile

Um dos muitos grupos a subir o vulcão Villarrica, na região de Pucón, no sul do Chile


Na temporada e em dias de bom tempo, são centenas de pessoas, divididas em dezenas de grupos, a subir o vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile

Na temporada e em dias de bom tempo, são centenas de pessoas, divididas em dezenas de grupos, a subir o vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile


Por uma triste coincidência, as duas vezes em que estive no Villarrica foram pouco tempo depois de algumas dessas tragédias. O guia que nos levou em 1992 presenciou e até tentou ajudar nesse terrível acidente no final do ano anterior. Um turista que caminhava em um grupo que já estava bem mais alto na montanha caiu e veio escorregando pela encosta gelada do vulcão. Nosso guia deixou seu grupo e correu para tentar interceptá-lo. Mas a velocidade com que ele vinha era tão grande que o guia não se atreveu a ficar na frente. Seria um strike. O pobre turista continuou a escorregar até chegar em um barranco onde decolou para morrer na queda. Esse havia sido o último acidente fatal na montanha até que, em março de 2012, outra tragédia ocorreu.

Já acima dos 2 mil metros de altitude, um promotório na encosta do vulcão Villarrica é um excelente mirante natural para o resto do mundo que ficou lá embaixo, na região de Pucón, no sul do Chile

Já acima dos 2 mil metros de altitude, um promotório na encosta do vulcão Villarrica é um excelente mirante natural para o resto do mundo que ficou lá embaixo, na região de Pucón, no sul do Chile


Dessa vez, foram dois turistas, em acidentes separados, no mesmo dia. A madrugada havia sido gelada e a neve havia virado gelo. Em um grupo, um mexicano escorregou e levou consigo um chileno. O mexicano morreu e o chileno quebrou vários ossos. Pouco tempo depois, em outro grupo, foi a vez de um brasileiro escorregar. Ele simplesmente sumiu na montanha. O problema foi que o tempo fechou e as equipes de resgate não conseguiram encontrá-lo por dois dias. Quando finalmente o tempo melhorou, ele foi encontrado dentro de uma greta no gelo. Muito provavelmente havia sobrevivido à queda, mas morreu de frio nos dias seguintes.

Hora do descanso e do lanche durante a subida do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile (foto de Haroldo Junqueira)

Hora do descanso e do lanche durante a subida do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile (foto de Haroldo Junqueira)


Enfim, são histórias que nos fazem perceber que subir o vulcão é uma coisa séria. Podemos e devemos nos divertir muito, mas não devemos achar que tudo não passa de brincadeira. Pessoas morrem atropeladas todos os dias e é por isso que devemos sempre olhar para os dois lados da rua quando atravessamos. Na montanha é a mesma coisa. Há de se respeitá-la, mesmo nos momentos de alegria e descontração.

Com o Haroldo no cume do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile

Com o Haroldo no cume do vulcão Villarrica, região de Pucón, no sul do Chile

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Subindo e Descendo o Villarrica - 2a Parte

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