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Santa Teresa e a Escadaria Selarón - Blog do Rodrigo - 1000 dias

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Santa Teresa e a Escadaria Selarón

Brasil, Rio De Janeiro, Rio de Janeiro

O bairro de Santa Tereza, no Rio de Janeiro

O bairro de Santa Tereza, no Rio de Janeiro


Um dos programas mais encantadores do Rio de Janeiro é passear pelo bairro de Santa Teresa. Localizado no morro de mesmo nome, ele propicia vistas lindas da orla carioca, é um centro de culinária, bares charmosos e ateliês de artistas, e suas ruas carregam mais de 200 anos de história.

Mapa do bairro de Santa Tereza, no Rio de Janeiro, um dos primeiros a se formar fora da região central da cidade

Mapa do bairro de Santa Tereza, no Rio de Janeiro, um dos primeiros a se formar fora da região central da cidade


Tudo começou em meados do séc. XVIII, quando foi instalado no então Morro do Desterro o convento de Santa Teresa. Ainda era uma área fora da cidade, em meio à mata nativa e muitas fontes de água. Aliás, é mais ou menos da mesma época a construção do Aqueduto da Carioca, os famosos Arcos da Lapa, que traziam água do rio da Carioca para abastecer várias fontes na cidade do Rio de Janeiro. Esses arcos ligam exatamente o Morro de Santa Tereza ao Morro de Santo Antônio.

Rua e casaróes de de Santa Tereza, no Rio de Janeiro

Rua e casaróes de de Santa Tereza, no Rio de Janeiro


No início do século XIX, o morro começou a ser ocupado pela então classe alta da cidade, que aí construía suas casas e mansões inspirados na arquitetura francesa da época. O bairro foi uma das primeiras expansões da cidade para fora do núcleo inicial do povoamento. Meio século mais tarde a ocupação se acelerou. Eram as pessoas que fugiam da epidemia de febre amarela que assolava os bairros mais baixos da cidade.

Almoço no restaurante Aprazível, em Santa Tereza, no Rio de Janeiro

Almoço no restaurante Aprazível, em Santa Tereza, no Rio de Janeiro


Restaurante Aprazivel, um dos muitos de Santa Tereza e famoso pela vista do Rio de Janeiro

Restaurante Aprazivel, um dos muitos de Santa Tereza e famoso pela vista do Rio de Janeiro


Em 1872 foi inaugurado o serviço de bondes que se tornou a marca registrada do bairro. Nos primeiros anos, eles eram puxados por burros, mas em 1896 começou a funcionar ligado a rede elétrica, unindo o centro até a parte alta do bairro. As linhas de bonde logo se espalharam pela cidade, mas com a chegada dos ônibus, começaram a ser substituídas. Ao final, só sobrou a linha pioneira, que acabou virando uma das atrações turísticas de Santa Teresa e da própria cidade do Rio de Janeiro, fazendo a alegria de turistas do mundo inteiro.

O Rio de Janeiro visto do bairro Santa Tereza, um dos mais tradicionais da cidade

O Rio de Janeiro visto do bairro Santa Tereza, um dos mais tradicionais da cidade


O Rio de Janeiro visto do bairro Santa Tereza, um dos mais tradicionais da cidade

O Rio de Janeiro visto do bairro Santa Tereza, um dos mais tradicionais da cidade


Com o tempo, Santa Teresa perdeu seu status de bairro nobre assim como os demais bairros históricos da zona sul, mas tornou-se, ao longo dos anos, um bairro de interesse cultural e turístico. Foi como nós fomos conhecê-lo quando passamos por aqui em Setembro de 2010, ainda no primeiro ano dos 1000dias. Comer bem, beber cerveja gelada, socializar com amigos e, claro, fotografar os bondes elétricos, como pode ser visto nesse post daquela época.

O Rio de Janeiro visto do bairro Santa Tereza, um dos mais tradicionais da cidade

O Rio de Janeiro visto do bairro Santa Tereza, um dos mais tradicionais da cidade


Ladeira do Meirelles, uma das princiapis vias de Santa tereza, no Rio de Janeiro

Ladeira do Meirelles, uma das princiapis vias de Santa tereza, no Rio de Janeiro


Agora, na companhia dos amigos espanhóis Álvaro e Valentín, resolvemos voltar para mais um passeio pelo bairro. Combinamos de nos encontrar em um dos mais famosos restaurantes do bairro, o Aprazível, que além da boa comida, tem uma vista linda da cidade. Depois de alimentados, aí sim fomos caminhar pelas ruas centenárias.

Obras de revitalização do bondinho de Santa Tereza, no Rio de Janeiro

Obras de revitalização do bondinho de Santa Tereza, no Rio de Janeiro


Arte nas ruas de Santa tereza, no Rio de Janeiro

Arte nas ruas de Santa tereza, no Rio de Janeiro


Logo, a primeira surpresa, o que mostra como as coisas estão sempre mudando. O famoso bondinho não está mais funcionando! Um terrível acidente, quase um ano após termos passado por aqui, matou várias pessoas no bonde e o serviço foi descontinuado. Na verdade, a ideia era (e é!) reformar o circuito, para torná-lo mais seguro. Vimos várias obras ao longo dos trilhos, mas a promessa de trazer o bondinho de volta até meados de 2014 não se concretizou. Por enquanto, as imagens charmosas desse meio de transporte da época dos nossos avós só vai ficar na memória e nas fotos antigas.

Muito movimento nos bares de Santa Tereza, no Rio de Janeiro

Muito movimento nos bares de Santa Tereza, no Rio de Janeiro


A famosa escadaria do Selaron, em Santa Tereza, no Rio de Janeiro

A famosa escadaria do Selaron, em Santa Tereza, no Rio de Janeiro


Sem bonde, o negócio é caminhar mesmo. O que não falta são lugares para reabastecer nosso combustível. No caso, uma boa cerveja gelada e gente descolada, gringos e locais, jogando conversa fora nas ruas. Assim, seguimos, de bar em bar, até uma das saídas do bairro, talvez a mais famosa delas nos dias de hoje, uma escadaria toda colorida que nos leva diretamente até o largo onde estão os Arcos da Lapa.

Arte na Escadaria do Selaron, ponto turístico de Santa Tereza, no Rio de Janeiro

Arte na Escadaria do Selaron, ponto turístico de Santa Tereza, no Rio de Janeiro


Arte na Escadaria do Selaron, ponto turístico de Santa Tereza, no Rio de Janeiro

Arte na Escadaria do Selaron, ponto turístico de Santa Tereza, no Rio de Janeiro


Esse cartão postal cada vez mais famoso da cidade foi inspiração e obra de um artista plástico chileno que viveu muito tempo por aqui. Da outra vez que estivemos em Santa Teresa, não tivemos tempo para conhecer essa escadaria, mas ela não nos escaparia uma segunda vez. Infelizmente, a obra está aqui, mas não mais o criador dela. Há pouco mais de um ano, o emblemático Jorge Selarón foi encontrado morto nos degraus que o celebrizaram. A polícia apontou suicídio, mas as estranhas condições de sua morte também apontam a possibilidade de assassinato.

Nosso amigo Alvaro em visita ao bairro de Santa Tereza, no Rio de Janeiro

Nosso amigo Alvaro em visita ao bairro de Santa Tereza, no Rio de Janeiro


O chileno nasceu em 1947 e, aos 17 anos, iniciou suas viagens pelo mundo. Visitou mais de 50 países, mas foi no Rio que decidiu se fixar, ainda na década de 80. Sobrevivia vendendo seus quadros nos restaurantes da cidade e morava próximo a uma antiga e deteriorada escadaria que ligava o bairro de Santa Teresa aos Arcos da Lapa. A partir de 1994, depois de se inspirar na decoração feita por habitantes locais por ocasião da Copa do Mundo, começou a azulejar cada degrau da enorme escadaria. Trabalhando solitariamente e apenas com o rendimento da venda de seus quadros, conseguiu terminar o último dos 215 degraus um pouco antes do ano 2000, que era a meta que havia se proposto.

Homenagem ao chileno Selaron, autor da escadaria que leva o seu nome no bairro de Santa Tereza, no Rio de Janeiro

Homenagem ao chileno Selaron, autor da escadaria que leva o seu nome no bairro de Santa Tereza, no Rio de Janeiro


No início acusado de louco por seus vizinhos, foi aos poucos ganhando a simpatia de todos. Ainda mais quando a escadaria começou a atrair turistas e fama para o local. Selarón continuou sua obra então, agora adornando as laterais da escadaria com obras de arte e azulejos com sua cor preferida: o vermelho Ferrari. Seus fãs do mundo inteiro passaram a colaborar, enviando de 60 países mais de 2 mil azulejos diferentes. Em Maio de 2005 toda a obra foi tombada pela prefeitura do Rio e Selarón ganhou o título de cidadão honorário da cidade.

A famosa escadaria do Selaron, em Santa Tereza, no Rio de Janeiro

A famosa escadaria do Selaron, em Santa Tereza, no Rio de Janeiro


Se pudesse voltar no tempo, eu teria vindo aqui naquela nossa passagem pelo bairro em 2010. Poderia ter encontrado essa peça rara e ter tido uma boa conversa com ele. mas perdemos a chance… essa história, como já disse, tem final triste. Selarón teve desentendimentos com um de seus colaboradores e alegava que estava sendo ameaçado de morte. Isso e não se sabe o que mais o levaram á depressão no final de 2012. Na madrugada do dia 10 de janeiro, após se ouvirem gritos de socorro, o artista plástico foi encontrado queimado na escadaria que revitalizou e imortalizou, confirmando sua própria pedição de que morreria quando sua obra terminasse. Ele se foi, mas a escadaria continua ali, a nos encher os olhos…

Saindo de Santa Tereza e chegando aos famosos Arcos da Lapa, no Rio de Janeiro

Saindo de Santa Tereza e chegando aos famosos Arcos da Lapa, no Rio de Janeiro


Foi por ela que descemos para, já de noite, dar de cara com outra das maravilhas cariocas, os Arcos da Lapa. Os mesmos da antiga gravura de 1790 que coloquei nesse post e que mostra também o convento de Santa Teresa. A cidade cresce, muda, se adorna, eles continuam em pé, nos ligando ao passado. Que delícia de passeio! Amanhã, temos mais escadas e morros pela frente. Um “pouco” mais altos, eu diria… vamos à Pedra da Gávea de onde, dizem, se tem as melhores vistas da cidade. A conferir…

Pintura de Leandro Joaquim, de cerca de 1790, já mostra os Arcos da Lapa. Ao fundo, o Mosteiro de Santa Teresa, que daria origem ao bairro de mesmo nome. O lago foi aterrado posteriormente e hoje é o Largo da carioca

Pintura de Leandro Joaquim, de cerca de 1790, já mostra os Arcos da Lapa. Ao fundo, o Mosteiro de Santa Teresa, que daria origem ao bairro de mesmo nome. O lago foi aterrado posteriormente e hoje é o Largo da carioca

Brasil, Rio De Janeiro, Rio de Janeiro, Arquitetura, história, Santa Teresa, cidade

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