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Pelas Ruas de La Paz - Blog do Rodrigo - 1000 dias

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Pelas Ruas de La Paz

Bolívia, La Paz

Caminhando na Calle Jaen, em La Paz, capital da Bolívia

Caminhando na Calle Jaen, em La Paz, capital da Bolívia


A cidade de La Paz nasceu no alto, em pleno Altiplano. Localizada a meio caminho entre os dois lados da América Espanhola, o Peru no lado do Pacífico e a Argentina do lado do Atlântico, não demorou muito para que os colonizadores e exploradores que percorriam essa longa rota decidissem fundar uma cidade de apoio naquela região. Mas também não demorou para perceberem que o local escolhido era muito frio, acometido constantemente por ventos gelados e num altitude que judiava dos pulmões. Então, trataram de mudar a nova cidade para um vale logo ali do lado, protegido dos ventos e quase 500 metros mais baixo que o altiplano.

A majestosa Plaza Murillo, em La Paz, capital da Bolívia

A majestosa Plaza Murillo, em La Paz, capital da Bolívia


Desde então, La Paz cresceu e desenvolveu-se de uma maneira singular. Em quase toas as grandes cidades do mundo, os ricos preferem as partes mais altas da cidade, enquanto a classe mais pobre é empurrada para baixo, ou para a “baixada”. Em La Paz, é o contrário. Os pobres moram no alto. A cidade alcançou novamente o altiplano, aos 4 mil metros de altitude. Aí está o subúrbio de “El Alto”. É a parte mais “popular” da capital. Os ricos, por sua vez, continuaram a descer o vale, cada vz mais para baixo, quase 1.000 metros abaixo de El Alto. É onde estão os condomínios de alto padrão, clubes exclusivos e lojas requintadas.

Caminhando nas ruas de La Paz, capital da Bolívia

Caminhando nas ruas de La Paz, capital da Bolívia


Hora do rush em La Paz, capital da Bolívia

Hora do rush em La Paz, capital da Bolívia


Ligando tudo isso, a famosa avenida El Prado, que apesar de receber vários nomes ao longo de toda a sua extensão, é apenas uma. Corre sempre no fundo do vale e para ela seguem quase todas as outras ruas e avenidas. Em La Paz, apesar do trânsito complicado, ninguém se perde: basta descer que se chega no Paseo El Prado.

La Paz, capital da Bolívia, no fundo do vale e aos pés dos Andes

La Paz, capital da Bolívia, no fundo do vale e aos pés dos Andes


Todas as principais atrações estão próximas da grande avenida, a começar pela rodovia que liga El Alto ao centro e nos leva ao início da El Prado. Ainda lá no alto, a visão que se tem da capital boliviana preenchendo todo o vale, as montanhas nevadas dos Andes ao redor, é simplesmente fenomenal. É a imagem que nunca esqueci da La Paz que conheci há 23 anos, e será a imagem que vou me lembrar pelos próximos 23. Lá de cima, quase se percebe a verdadeira piscina de oxigênio e calor que é o vale e muito me estranha que os experimentados espanhóis não tivesse escolhido esse local logo na primeira tentativa.

Prado, a principal avenida de La Paz, capital da Bolívia

Prado, a principal avenida de La Paz, capital da Bolívia


A catedral de La Paz, capital da Bolívia

A catedral de La Paz, capital da Bolívia


Bem, seguindo pela Prado, chegamos na zona do centro. Aí está a grande Igreja São Francisco, a mais bela da capital, em plena avenida. Um pouco acima, o Mercado Negro, o maior mercado a céu aberto da capital. Aí, compra-se de tudo. Barato e, muitas vezes, de procedência meio duvidosa. Mas é muito interessante percorrer parte de suas ruelas e nos integrar ao frenético movimento de compra e vende ou, simplesmente, de observação. É fácil também se perder entre tantas barracas, mas como já disse, na dúvida, desça e chegará ao Prado!

Passeando no Mercado Negro, principal mercado ao ar livre de La Paz, capital da Bolívia

Passeando no Mercado Negro, principal mercado ao ar livre de La Paz, capital da Bolívia


Fazendo amigos em La Paz, capital da Bolívia

Fazendo amigos em La Paz, capital da Bolívia


Mas, se não se perder, siga para a rua mais famosa entre os turistas que visitam La Paz: bem pertinho do Mercado Negro está a Calle de las Brujas, onde se encontra todo e qualquer produto para magias, feitiçarias, encostos e benzeduras. É claro que, com tantos turistas, também não faltam pousadas, bares e restaurantes. Depois de navegar pelo “mar de bolivianos” no mercado, aqui predominam loiros e olhos azuis. Olhos não que não conseguem deixar de fitar as lhamas mumificadas vendidas por várias das lojas daquela rua.

Lhamas mumificadas à venda na região da Calle de las Brujas, em La Paz, capital da Bolívia

Lhamas mumificadas à venda na região da Calle de las Brujas, em La Paz, capital da Bolívia


Nessa região estivemos, de dia e de noite. Primeiro, para ver as lojas e o público. Depois, atrás de boa comida em algum restaurante charmoso. Sucesso nas duas empreitadas! E, de quebra, ainda conhecemos o Museu da Coca, estrategicamente colocado onde mais passam turistas.

Lhamas mumificadas à venda na região da Calle de las Brujas, em La Paz, capital da Bolívia

Lhamas mumificadas à venda na região da Calle de las Brujas, em La Paz, capital da Bolívia


Mas a nossa casa em La Paz não estava por aí, mas do outro lado do Paseo Prado. É onde está a Plaza Murillo, a principal da cidade. Na praça, o Palácio do Congresso, a Catedral e outros prédios imponentes, além das pombas que fazem a alegria da criançada e dos velhinhos.

Loja de produtos mágicos na Calle de Las Brujas, em La Paz, capital da Bolívia

Loja de produtos mágicos na Calle de Las Brujas, em La Paz, capital da Bolívia


A famosa e movimentada Calle de las Brujas, em La Paz, capital da Bolívia

A famosa e movimentada Calle de las Brujas, em La Paz, capital da Bolívia


Da outra vez que estive aqui, ficamos em um hotel a um quarteirão dessa praça. Eu queria voltar ao mesmo lugar, pela tradição e nostalgia. E assim fizemos! Encontramos um lugar no hotel Torino, o mesmo que, em uma noite fria de julho de 1990, assisti ao jogo final da Copa daquele ano. Era a reedição da final da copa anterior, Argentina x Alemanha. Claro que iniciei o jogo torcendo pelos germânicos. Mas como todos os outros hóspedes ali presentes eram europeus que também torciam pelos alemães, acabei virando argentino, sul-americano! Ao final, num pênalti roubado, venceu a Alemanha. A tristeza inicial logo foi substituída pela alegria, ao ver os jogadores hermanos chorando de tristeza. Mas, confesso, foi de partir o coração quando decidimos caminhar pela cidade logo depois do jogo e vimos dois portenhos abraçados, bêbados e chorosos, andando pela rua. Aí sim, senti-me mais perto da tragédia...

Pátio central do hotel Torino, em La Paz, capital da Bolívia

Pátio central do hotel Torino, em La Paz, capital da Bolívia


Enfim, achamos quarto no Torino. Infelizmente, o quarto que havíamos ficado, e toda aquela ala, foram desativados, Ficavam ao redor de um pátio entral, bem grandes e esbanjando uma decadência charmosa. Agora, o pátio virou restaurante e os quartos, salas de reuniões. Os novos quartos são cubículos em um prédio ao lado. Endim, tudo pela tradição, aí mesmo nos hospedamos.

A charmosa Calle Jaen, em La Paz, capital da Bolívia

A charmosa Calle Jaen, em La Paz, capital da Bolívia


Também desse lado do Paseo Prado está a charmosa Calle Jaen, a mais bem conservada rua dos tempos coloniais e do séc. XIX. Muitas das antigas casas foram transformadas em pequenos museus. Antes de nos instalarmos em um restaurante com uma mesinha na calçada, para saborear um bom vinho, percorremos os museus e os que mais me interessaram contavam um pouco da história de Murillo, aquele que dá nome à praça, e da briga boliviana por um acesso ao mar.

A charmosa Calle Jaen, em La Paz, capital da Bolívia

A charmosa Calle Jaen, em La Paz, capital da Bolívia


No primeiro, aprendi que Murillo foi o líder de um movimento de independência. Por algum tempo, tiveram sucesso, governando La Paz e prometendo democracia e igualdade racial. Mas as tropas enviadas de Cusco esmagaram a rebelião e todos os seus líderes foram presos, julgados, condenados e executados. Murillo foi o primeiro deles, mas o que mais me impressionou foi um outro, de quem me esqueci o nome. Os condenados eram garroteados, mas nesse, com um pescoço mais fino que o normal, o garrote não funcionou. Depois de apertar ao máximo, o carrasco quase morre de susto quando o condenado se levantou e disse ainda estar vivo. Trataram então de enforcá-lo, mas eis que, ao abrir o cadafalso, a corda arrebentou e o condenado saiu andando novamente. Aì, os espanhóis resolveram não mais arriscar: a pobre vítima foi degolada.

A majestosa Plaza Murillo, em La Paz, capital da Bolívia

A majestosa Plaza Murillo, em La Paz, capital da Bolívia


No segundo, podemos ver antigos mapas em que a Bolívia ainda tinha mar, antes da Guerra do Pacífico, quando o Chile venceu Peru e Bolívia, quitando dessa suas praias e portos. Os bolivianos nunca se conformaram e a ideia do museu é manter viva a luta, não deixar que as novas gerações se esqueçam do “legítimo” direito boliviano de ter soberania sobre uma faixa de mar, por mais estreita que seja. Ler jornais da época e ver fotos dos combatentes ajuda a manter o clima aguerrido.

garoto boliviano na loja de sua mãe no Mercado Negro, em La Paz, capital da Bolívia

garoto boliviano na loja de sua mãe no Mercado Negro, em La Paz, capital da Bolívia


Enfim, foram dois dias intensos por aqui, na movimentada capital boliviana. Faltou falar de uma das grandes atrações, o Valle de la Luna, mas vou fazer um rápido post apenas sobre ele. Mas, já posso adiantar: pessoas me perguntam o que acho de La Paz. Bem, eu gosto de lugares em que eu me sinto bem. E eu me sinto bem em La Paz! Mudaria alguma coisa? Sim, diminuiria o número de fotos que vejo do presidente, em outdoors, faixas e cartazes. Tirando isso, acho La Paz uma joia, um mundo diferente e uma experiência cultural difícil de encontrar em outro lugar!

O presidente está em todos os lugares! (em La Paz, capital da Bolívia)

O presidente está em todos os lugares! (em La Paz, capital da Bolívia)

Bolívia, La Paz, história, cidade

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O Trem da Morte e o Caminho até La Paz (1990)

Comentários (1)

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  • 28/09/2013 | 11:34 por samuel baker mororo aragao

    Realmente não devemos generalizar as coisas, Rodrigo eu vejo a America por seus olhos, obrigado pelos relatos, experiências, comidas e fotos... parabéns ao casal 1000 dias!

    Resposta:
    Oi Samuel

    Legal que vc viaja conosco! Tentamos ser sempre sinceros com aquilo que vemos e sentimos e passamos isso nos textos e fotos. La Paz não é uma cidade fácil, mas tem muita coisa interessante, suas próprias belezas e uma cultura andina que impressiona. Acho que vale muito a pena conhecer, espírito e mente abertos.

    Um grande abraço

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