0 Montanhas e Muita Neve - Blog do Rodrigo - 1000 dias

Montanhas e Muita Neve - Blog do Rodrigo - 1000 dias

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Montanhas e Muita Neve

Geórgia Do Sul, Stromness

Foto do grupo no ponto mais alto da caminhada entre Fortuna Bay e Stromness, na Geórgia do Sul

Foto do grupo no ponto mais alto da caminhada entre Fortuna Bay e Stromness, na Geórgia do Sul


Nosso primeiro dia na Geórgia do Sul teve como foco principal a vida selvagem. Os pinguins de Salisbury Plain e albatrozes de Prion Island, além dos elefantes e lobos-marinho dos dois lugares são atrações espetaculares e mesmo a incrível beleza da paisagem naqueles lugares ficou em segundo plano. Hoje, no nosso segundo dia nessa ilha perdida do Atlântico Sul, as prioridades iriam se inverter: primeiro, as belezas naturais e a história do lugar, e segundo, a vida selvagem, que aqui na Geórgia do Sul, está em todos os lugares.

Descida para a baía de Stromness, na Geórgia do Sul

Descida para a baía de Stromness, na Geórgia do Sul


Com tanta neve, as pessoas formam grupos compactos no caminho para Stromness, na Geórgia do Sul

Com tanta neve, as pessoas formam grupos compactos no caminho para Stromness, na Geórgia do Sul


A primeira atividade do dia foi um longo trekking partindo de Fortuna Bay e chegando na baía de Stromness. Para isso, temos de cruzar as montanhas que separam as duas baías, a gente indo por terra e o Sea Spirit dando a volta pelo mar para nos recolher do outro lado. A ideia desse trekking é repetir o último trecho da grande travessia da ilha realizada em 1915 por Ernest Shackleton e dois de seus companheiros. Eles tentavam desesperadamente chegar à “civilização” para buscar ajuda a seus companheiros que ficaram presos na Antártida, depois que sua expedição exploratória havia terminado em fracasso. Ainda vou falar dessa história mais adiante, mas o fato é que Shackleton e seus companheiros conseguiram chegar à costa sul da Geórgia num barco a remo e daí precisaram caminhar até a costa norte onde se encontravam as estações baleeiras, Primeiro, caminharam até Fortuna Bay, já na costa norte e depois, seguiram para Stromness pelo mesmo caminho que fizemos hoje.

mapa que mostra o caminho percorrido por Shackleton para chegar a Stromness. Nós fizemos o último trecho, a partir de Fortuna Bay. Exposto no museu de Grytviken, na Geórgia do Sul

mapa que mostra o caminho percorrido por Shackleton para chegar a Stromness. Nós fizemos o último trecho, a partir de Fortuna Bay. Exposto no museu de Grytviken, na Geórgia do Sul


Chegando a Stromness, antiga estação baleeira na Geórgia do Sul

Chegando a Stromness, antiga estação baleeira na Geórgia do Sul


Stromness era uma importante estação baleeira naquela época, mas hoje não passa de uma pequena cidade-fantasma, as ruínas das antigas instalações sendo comidas aos poucos pelo tempo. Aí chegou Shackleton, sendo recebido pelo incrédulo administrador local. E aí chegamos nós, recebidos pelo Sea Spirit e uma refeição quente, muito benvinda depois do frio e da neve que enfrentamos.

Zodiacs levam os passageiros de volta ao Sea Spirit, em Stromness, na Geórgia do Sul

Zodiacs levam os passageiros de volta ao Sea Spirit, em Stromness, na Geórgia do Sul


Nosso roteiro e pontos de parada na Geórgia do Sul

Nosso roteiro e pontos de parada na Geórgia do Sul


O segundo programa do dia foi visitar Grytviken, também uma antiga estação baleeira e hoje a “capital” da ilha. Tem até igreja, correio, museu o cemitério onde está enterrado o valente Shackleton. Vou tratar de Grytviken e desse tenebroso período de caça às baleias no próximo post, enquanto nesse vou me deter na nossa caminhada da manhã.

Uma bela cachoeira na praia de Fortuna Bay, na Geórgia do Sul

Uma bela cachoeira na praia de Fortuna Bay, na Geórgia do Sul


Zodiacs levam os passageiros para Fortuna Bay Geórgia do Sul, para a caminhada até Stromness

Zodiacs levam os passageiros para Fortuna Bay Geórgia do Sul, para a caminhada até Stromness


Ainda ontem a Cheli, líder da nossa expedição, nos explicou sobre a programação de hoje e sobre quem estaria interessado em fazer o trekking. Para sua surpresa, mais da metade de nós estávamos. Para esses, o café da manhã seria servido ainda mais cedo, já que a ideia era estar já na praia de Fortuna Bay antes das 8 da manhã, para iniciarmos o trekking com cerca de 5 quilômetros, primeiro montanha acima, depois montanha abaixo e or fim, um longo vale.

A neve na praia de Fortuna Bay parece incomodar o elefante-marinho (Geórgia do Sul)

A neve na praia de Fortuna Bay parece incomodar o elefante-marinho (Geórgia do Sul)


Sob neve, início da nossa caminhada entre Fortuna Bay e Stromness, na Geórgia do Sul

Sob neve, início da nossa caminhada entre Fortuna Bay e Stromness, na Geórgia do Sul


Com tempo frio e fechado, caminhando rumo a Stromness, na Geórgia do Sul

Com tempo frio e fechado, caminhando rumo a Stromness, na Geórgia do Sul


O dia que amanheceu bonito logo fechou, deixando-nos todos ansiosos e com medo que a aventura fosse cancelada pois seria a nossa única chance de caminhar um pouco mais por essa ilha de paisagens fantásticas. Felizmente, não foi. Ao contrário, a neve pelo caminho até emprestaria um clima ainda mais real do que enfrentaram Shackleton e seus companheiros nas suas últimas horas de caminhada. E assim foi, ao chegarmos à praia, nevava forte e até os elefantes-marinho pareciam reclamar.

Observando as montanhas que temos de cruzar para chegarmos a Stromness, na Geórgia do Sul

Observando as montanhas que temos de cruzar para chegarmos a Stromness, na Geórgia do Sul


Observando as montanhas que temos de cruzar para chegarmos a Stromness, na Geórgia do Sul

Observando as montanhas que temos de cruzar para chegarmos a Stromness, na Geórgia do Sul


Subindo a montanha que separa Fortuna Bay de Stromness, na Geórgia do Sul

Subindo a montanha que separa Fortuna Bay de Stromness, na Geórgia do Sul


Com a neve e o frio, nada de ficarmos parados. Grupo todo reunido na praia, partimos logo rumo ao interior da ilha, o Damien, nosso guia historiador a frente. Não demorou muito para chegarmos à encosta da montanha e começarmos a subir. Quanto mais alto, mais neve, a paisagem cada vez mais parecida com aquilo que todos imaginamos que deva ser uma paisagem polar.

Subindo a montanha que separa Fortuna Bay de Stromness, na Geórgia do Sul

Subindo a montanha que separa Fortuna Bay de Stromness, na Geórgia do Sul


Caminhando na neve entre Fortuna Bay e Stomness, na Geórgia do Sul (foto de Jeff Orlowski)

Caminhando na neve entre Fortuna Bay e Stomness, na Geórgia do Sul (foto de Jeff Orlowski)


Caminhando na neve rumo a Stromness, na Geórgia do Sul

Caminhando na neve rumo a Stromness, na Geórgia do Sul


Nessa época do ano, o normal seria já vermos toda essa paisagem aberta, sem neve. Apenas as montanhas estariam cobertas de branco. Mas não hoje. A neve até parou um pouco, mas nesse ponto, todo o solo já estava branco. Quando chegamos ao ponto mais alto da nossa travessia, o Damien até mostrou o que seria um lago citado por Shackleton em seu relato. Hoje estava congelado e coberto de neve. Mas resolvemos todos acreditar no nosso guia de que aquilo que víamos era sim, um lago.

O Damien nos mostra onde deveria haver um lago no alto da montanha entre Fortuna Bay e Stromness, na Geórgia do Sul

O Damien nos mostra onde deveria haver um lago no alto da montanha entre Fortuna Bay e Stromness, na Geórgia do Sul


Conversando com nosso guia Damien no caminho para Stromness, na Geórgia do Sul

Conversando com nosso guia Damien no caminho para Stromness, na Geórgia do Sul


Conforme caminhávamos, o Damien ia nos contando detalhes do trekking original, os homens já extenuados e esfomeados num último esforço para salvar suas vidas a as dos companheiros que ficaram para trás. Felizmente, nossas condições eram melhores, um bom café da manhã no estômago e um almoço nos esperando lá embaixo.

Foto do grupo de caminhantes no ponto mais alto da trilha entre Fortuna Bay e Stromness, na Geórgia do Sul

Foto do grupo de caminhantes no ponto mais alto da trilha entre Fortuna Bay e Stromness, na Geórgia do Sul


Foto do grupo no ponto mais alto da caminhada entre Fortuna Bay e Stromness, na Geórgia do Sul

Foto do grupo no ponto mais alto da caminhada entre Fortuna Bay e Stromness, na Geórgia do Sul


Repetindo Shackleton, cruzando as montanhas entre Fortuna Bay e Stromness, na Geórgia do Sul

Repetindo Shackleton, cruzando as montanhas entre Fortuna Bay e Stromness, na Geórgia do Sul


Aí no alto, fizemos a tradicional pose para a foto de todo o grupo, o amarelo vivo de nossas jaquetas ainda mais vivo contra o branco que nos cercava. Devíamos estar a quase 500 metros de altitude, exatamente do ponto onde, com o tempo aberto, passa a ser possível observar Stromness. Imagino a alegria de Shackleton ao ver a fumacinha saindo das casas lá embaixo.

Tentando avistar Stromness, na Geórgia do Sul

Tentando avistar Stromness, na Geórgia do Sul


A Ana mostra que estamos chegando a Stromness, na Geórgia do Sul

A Ana mostra que estamos chegando a Stromness, na Geórgia do Sul


Enfrentando o frio e a neve no caminho entre Fortuna Bay e Stromness, na Geórgia do Sul

Enfrentando o frio e a neve no caminho entre Fortuna Bay e Stromness, na Geórgia do Sul


Pois é, mais ainda era um longo caminho até lá embaixo. Com tanta neve assim, até o Damien, que já fez esse trekking várias outras vezes, se equivocou e começou a descer pelo lado errado da encosta. Mas logo percebeu o erro, subimos de volta e tomamos o caminho correto. O mesmo ocorreu quase 100 anos atrás, mas eles já haviam descido demais para voltar. Por isso, tomaram uma rota bem mais difícil e tiveram de enfrentar um ou outro penhasco com a ajuda das cordas que tinham.

Com tanta neve, as pessoas formam grupos compactos no caminho para Stromness, na Geórgia do Sul

Com tanta neve, as pessoas formam grupos compactos no caminho para Stromness, na Geórgia do Sul


Início da descida para Stromness, na Geórgia do Sul

Início da descida para Stromness, na Geórgia do Sul


O Damien também levava sua corda, mas ela não foi necessária. Fomos enfrentando a neve fofa e funda ao descer a montanha, sempre fazendo um ziguezague para tornar a descida menos íngreme e mais segura.

O Damien nos conta detalhes da caminhada de Shackleton cruzando as montanhas entre Fortuna Bay e Stromness, na Geórgia do Sul

O Damien nos conta detalhes da caminhada de Shackleton cruzando as montanhas entre Fortuna Bay e Stromness, na Geórgia do Sul


Descendo na neve em direção a Stomness, na Geórgia do Sul

Descendo na neve em direção a Stomness, na Geórgia do Sul


Já lá embaixo, passamos ao lado da cachoeira onde Shackleton e seus companheiros tiveram de usar a corda, já que chegaram pelo outro lado. Uma visão e tanto, uma cachoeira no meio de tanta neve. Pausa para mais fotos e também para respirar um pouco.

Os rastros de nossa descida pela encosta nevada da montanha rumo a Stromness, na Geórgia do Sul

Os rastros de nossa descida pela encosta nevada da montanha rumo a Stromness, na Geórgia do Sul


A enorme vastidão nevada no caminho para Stromness, na Geórgia do Sul

A enorme vastidão nevada no caminho para Stromness, na Geórgia do Sul


Uma cachoeira gelada no caminho para Stromness, na Geórgia do Sul

Uma cachoeira gelada no caminho para Stromness, na Geórgia do Sul


Agora já estávamos em baixo e era só seguir ao lado do rio até o mar, onde está Stromness. Antes de chegarmos lá, ainda cruzamos com marcas na neve. Eram as inconfundíveis pegadas de pinguim! Com efeito, três minutos adiante e lá estavam eles, um grupo de pinguins gentoo no meio da neve. Agora sim, estavam no seu ambiente predileto, hehehe! Um deles, até trabalhava para construir o seu ninho. Buscava gravetos lá longe e os empilhava cuidadosamente num ninho já quase pronto.

As inconfundiveis pegadas de pinguins na neve, no nosso caminho para Stromness, na Geórgia do Sul

As inconfundiveis pegadas de pinguins na neve, no nosso caminho para Stromness, na Geórgia do Sul


Cruzando com um grupo de pinguins gentoo pouco antes de chegarmos a Stromness, na Geórgia do Sul

Cruzando com um grupo de pinguins gentoo pouco antes de chegarmos a Stromness, na Geórgia do Sul


Apesar da neve, um pinguim gentoo continua a construir seu ninho perto de Stromness, na Geórgia do Sul

Apesar da neve, um pinguim gentoo continua a construir seu ninho perto de Stromness, na Geórgia do Sul


Depois dos pinguins, uma claro sinal que estávamos cada vez mais pertos, passamos por pequenos lagos que haviam se transformado em verdadeiros espelhos, refletindo aquela paisagem grandiosa que nos cercava. Agora sem vento e sem neve, sua superfície estava parada e era um verdadeiro convite a novas fotografias.

Um pequeno lago se transforma num grande espelho, no nosso caminho para Stromness, na Geórgia do Sul

Um pequeno lago se transforma num grande espelho, no nosso caminho para Stromness, na Geórgia do Sul


O fantástico cenário da nossa caminhada para chegar a Stromness, na na Geórgia do Sul (foto de Wayne Purcell)

O fantástico cenário da nossa caminhada para chegar a Stromness, na na Geórgia do Sul (foto de Wayne Purcell)


Por fim, um último encontro com filhotes de elefante-marinho. Esses sim nunca saem de muito perto da água. Havíamos chegado às ruínas de Stromness. Pelo estado de decadência em que se encontram, está proibido o acesso. Só podemos ver pelo lado de fora e a aparência é mesmo de uma cidade-fantasma. Seus únicos frequentadores, que parecem ignorar os avisos de não entrar, são lobos e elefantes-marinho. Mas isso é para outro post...

Filhotes de elefante-marinho nos observam em Stromness, na Geórgia do Sul

Filhotes de elefante-marinho nos observam em Stromness, na Geórgia do Sul


Lobo-marinho não parece se importar com a placa na antiga estação baleeira de Stromness, na Geórgia do Sul

Lobo-marinho não parece se importar com a placa na antiga estação baleeira de Stromness, na Geórgia do Sul

Geórgia Do Sul, Stromness, trilha, Montanha, Trekking, Fortuna Bay

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