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Citadelle e San Souci - Blog da Ana - 1000 dias

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Citadelle e San Souci

Haiti, Cap-Haitien, Citadelle

Visitando as impressionantes ruínas do Palácio de Sans-Souci, no caminho para a Citadelle, no norte do Haiti

Visitando as impressionantes ruínas do Palácio de Sans-Souci, no caminho para a Citadelle, no norte do Haiti


Um grande palácio que rivalizou, em grandeza e requintes, o Palácio de Versailles e a maior fortaleza do Caribe! Alguma vez você imaginou que poderia encontrar tudo isso aqui, no Haiti?

O caminho morro acima até a Citadelle, no norte do Haiti

O caminho morro acima até a Citadelle, no norte do Haiti


Sim, eles existem e nós fomos lá conferir. O Palácio de San-Souci e a Citadelle Laferrière são monumentos à loucura e mania de grandeza de um dos libertadores do país, Henri Christophe. Isso em nenhum momento lhes tira a grandeza e a genialidade arquitetônica de ambos, pelo contrário, a loucura somada à beleza cênica dos seus arredores as fazem ainda mais obrigatórias em qualquer roteiro pelo país.

Família observa os visitantes que caminham de Sans-Souci à Citadelle, no norte do Haiti

Família observa os visitantes que caminham de Sans-Souci à Citadelle, no norte do Haiti


Após ter lutado pela libertação do Haiti dos domínios franceses e de romper com seus colegas e líderes revolucionários, Christophe decidiu se tornar Rei do “Reino do Haiti”, no norte do país. A excentricidade do maluco não parou por aí, ele queria também se equiparar aos seus algozes franceses em título, poder e símbolos de riqueza e afundou todos os recursos que já não possuía na construção do seu castelo San-Souci e na maior fortaleza do Caribe.

Ruínas do palácio de Sans-Souci, no caminho para a Citadelle, no norte do Haiti

Ruínas do palácio de Sans-Souci, no caminho para a Citadelle, no norte do Haiti


O Castelo de San-Souci foi construído entre os anos de 1810 e 1813 e era a residência oficial do Rei Christophe, sua esposa Marie-Louise e suas duas filhas. Era o maior e mais impressionante dos 9 castelos e diversas residências reais, muitos dizem que nos seus tempos áureos ele seria o equivalente caribenho do Palácio de Versalles. Em outubro de 1820 Christophe se suicidou no castelo e 10 dias depois seu filho foi assassinado por revolucionários. Vinte e dois anos mais tarde, um grande terremoto se abateu na região e deixou o castelo em ruínas e este nunca mais foi reformado.

Visitando as impressionantes ruínas do Palácio de Sans-Souci, no caminho para a Citadelle, no norte do Haiti

Visitando as impressionantes ruínas do Palácio de Sans-Souci, no caminho para a Citadelle, no norte do Haiti


A pouco mais de 8 km montanha acima está a Citadelle Laferrière, construída entre 1805 e 1820 para defender o Haiti de invasões francesas que nunca ocorreram. Ela possui a maior coleção de armas de artilharia do século XVIII, dentre eles 365 canhões dos mais diversos calibres e suas respectivas bolas de ferro.

Galeria cheia de canhões na Citadelle, no norte do Haiti

Galeria cheia de canhões na Citadelle, no norte do Haiti


Há uma enorme quantidade de balas de canhão, de diversos tamanhos, espalhadas por toda a Citadelle, a gigantesca fortaleza no norte do Haiti

Há uma enorme quantidade de balas de canhão, de diversos tamanhos, espalhadas por toda a Citadelle, a gigantesca fortaleza no norte do Haiti


Há uma enorme quantidade de balas de canhão, de diversos tamanhos, espalhadas por toda a Citadelle, a gigantesca fortaleza no norte do Haiti

Há uma enorme quantidade de balas de canhão, de diversos tamanhos, espalhadas por toda a Citadelle, a gigantesca fortaleza no norte do Haiti


A maior fortaleza do Caribe, e uma das maiores da América, tem 10 mil metros quadrados, 40 metros de altura e empregou mais de 20 mil trabalhadores na sua construção. A Citadelle é mamutesca e realmente impressiona pela massividade de sua estrutura, são andares e mais andares construídos no topo do Bonnet a L´Eveque, uma montanha a 970m sobre o nível do mar, com vistas maravilhosas da região.

Placa informativa com o mapa da Citadelle, no norte do Haiti

Placa informativa com o mapa da Citadelle, no norte do Haiti


A grandiosa paisagem que se vê do alto da Citadelle, no norte do Haiti

A grandiosa paisagem que se vê do alto da Citadelle, no norte do Haiti


Do castelo à Citadelle pegamos um moto-táxi (episódio detalhado abaixo), e o último quilometro deve ser feito a pé ou à cavalo. A caminhada é linda, com vistas sensacionais das montanhas, da baía de Cap-Haitien e o litoral norte do Haiti. Dizem que em dias claros se pode ver até Cuba, mas tenho minhas dúvidas.

Observando a vista do alto da Citadelle, no norte do Haiti

Observando a vista do alto da Citadelle, no norte do Haiti


Observando a vista através das janelas da Citadelle, no norte do Haiti

Observando a vista através das janelas da Citadelle, no norte do Haiti


Decidimos retornar à Milot a pé, passando pelas vilazinhas de montanha, vendo mais de perto como esse povo vive, conversando com locais e aproveitando as belíssimas vistas. A decida é dura e exige bons joelhos, no final os meus já estavam pedindo água! Mas foi um belo exercício e uma ótima forma de nos envolvermos mais com a cultura e a paisagem da região.

Família observa os visitantes que caminham de Sans-Souci à Citadelle, no norte do Haiti

Família observa os visitantes que caminham de Sans-Souci à Citadelle, no norte do Haiti


O caminho morro acima até a Citadelle, no norte do Haiti

O caminho morro acima até a Citadelle, no norte do Haiti


Desde 1982 as ruínas de San-Souci foram declaradas Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. São os lugares com maior potencial turístico no Haiti. O governo sabe disso e já começou a preparar a estrutura turística, colocando placas informativas, construindo instalações com centro de informações, lojas de artesanatos e banheiros na base de acesso à fortaleza.

Futuro centro de apoio aos turistas, no caminho para a Citadelle, no norte do Haiti

Futuro centro de apoio aos turistas, no caminho para a Citadelle, no norte do Haiti


Tudo isso é parte de um plano maior para disseminar o turismo que já existe no litoral norte, trazendo os turistas de cruzeiro de Labadie, praia privada da Royal Caribbean, em day tours para cá. Ajudará a comunidade e será uma grande aventura para estes turistas que, quando aportam nesta praia, muitas vezes nem sabem que estão no Haiti.

Encontro com criança no caminho até a Citadelle, no norte do Haiti

Encontro com criança no caminho até a Citadelle, no norte do Haiti



Como chegar lá? Ou, Uma aventura nos taptaps entre Cap-Haitien a Milot.


Muita gente usa cavalos para chegar até a Citadelle, no norte do Haiti

Muita gente usa cavalos para chegar até a Citadelle, no norte do Haiti


O Castelo de San-Souci está localizado à margem da pequena e simpática cidade de Milot, a pouco mais de meia hora da capital du nord, Cap-Haitien. Milot pode ser acessada de taptap, moto-táxi ou táxi desde Cap-Haitien. Aluguel de carro no Haiti é caríssimo, algo em torno de 150 dólares. Um taxi que te levaria e ficaria a disposição cobraria algo parecido, pouco mais de 100 dólares, assim as opções que nos restavam seriam duas moto-táxis ou o popular taptap.

Um taptap nas ruas de Cabaret, cidade ao norte de Port-au-Prince, no Haiti

Um taptap nas ruas de Cabaret, cidade ao norte de Port-au-Prince, no Haiti


O taptap é um transporte “público” basicamente descrito como lotação. Entram todos nas caçambas das caminhonetes mais coloridas que já vimos, onde uma boa caixa de som não pode faltar! No taptap ouvimos kompa, reggae e até Michel Teló! Difícil é avisar o motorista para baixar o som ensurdecedor, já que não falamos creole. Com sorte alguns dos 20 outros passageiros entulhados ao nosso lado também estavam ficando surdos e resolveram esse problema por nós.

Deixando Cap-Haitien, já no Taptap cheio, seguindo em direção â Citadelle, no norte do Haiti

Deixando Cap-Haitien, já no Taptap cheio, seguindo em direção â Citadelle, no norte do Haiti


O taptap sai da Pont Neuf em Cap-Haitien, que está há uns 5 minutos de moto-táxi (200 gourds) do Boulevard onde está o seu hotel. Só entrar no taptap já é uma aventura, pois os motoristas te disputam a tapa, tentando organizar a fila dos carros de saída dentro do posto de gasolina ao lado da ponte. Uma vez lá dentro, vamos baldeando e aproveitando a experiência sociológica ao máximo, com os olhares curiosos de todos os haitianos para os estrangeiros branquelos dentro do taptap, cena rara.

Em Cap-Haitien, aguardando o Taptap encher para seguir em direção à Citadelle, no norte do Haiti

Em Cap-Haitien, aguardando o Taptap encher para seguir em direção à Citadelle, no norte do Haiti


27 quilômetros e várias paradas depois, chegamos à cidade de Milot. O ponto final está a apenas 3 quadras do Castelo de San-Souci. Ali mesmo, ao lado da placa, embaixo da árvore do lado do alambrado, você paga o ingresso válido para o palácio e para a Citadelle. Hoje nós dispensamos acompanhamento de guias (quem nos acompanha sabe que essa é uma briga antiga, o Rodrigo odeia, eu gosto, e tentamos revezar para não dar briga), mas foi difícil fazer os meninos guias da região largarem do nosso pé, afinal eles precisam e muito de qualquer dinheiro. Enfim, quando o Rodrigo decide que não quer, não tem pena, não tem choro e nem vela... nem para mim, nem para o guia.

Ainda tentando me livrar de um insistente guia, na Citadelle, no norte do Haiti

Ainda tentando me livrar de um insistente guia, na Citadelle, no norte do Haiti


Chegando ao palácio Sans-Souci, no caminho para a Citadelle, no norte do Haiti

Chegando ao palácio Sans-Souci, no caminho para a Citadelle, no norte do Haiti


Para ir à Citadelle precisávamos pegar uma moto-táxi para cada um (200 gourds – 4,5 dólares), mas não sem ter que lidar com uma batalha dos motociclistas. Todos queriam e precisavam trabalhar e enquanto nós estávamos tentando visitar o palácio, eles discutiam entre eles e nos exigiam uma definição. Uns 15 carinhas nos encurralaram numa placa, com os ânimos exaltados e disseram “vocês terão que escolher quem vai levá-los!”. Momento tenso. Chamaram o diretor de turismo e armaram uma reunião, nos dizendo, “conversem com o diretor!”

Ruínas do Palácio de Sans-Souci, no norte do Haiti

Ruínas do Palácio de Sans-Souci, no norte do Haiti


Era uma cena surreal, sinceramente, só não mandei todos “passear” por que vi que ali valeria a lei do mais forte. Enfim, fomos conversar com o diretor, que por sinal havíamos acabado de conhecer no taptap vindo a Milot. Ele trabalha para o Ministério de Turismo e tem, dentre as suas diversas atividades, a função de organizar a comunidade local para receber os turistas. Era o único que tinha alguma moral com a galera, discutindo em creole, francês e intermediando conosco em inglês, quem, afinal, iria nos levar montanha acima.

Motorista da moto que levou a Ana até os pés da Citadelle, no norte do Haiti

Motorista da moto que levou a Ana até os pés da Citadelle, no norte do Haiti


Já sabemos, mas com uma cena assim é que fica claro como 4 dólares fazem toda a diferença na vida desse povo. Foi um momento estressante para quem quer apenas aproveitar aquele cenário incrível nas montanhas haitianas, mas logo passou e estávamos nas garupas dos motociclistas que primeiro haviam nos abordado, educadamente, antes de entrarmos no castelo. O diretor nos seguiu em seu carrinho de golf, para acompanhar os primeiros turistas independentes que ele via chegar ali, bem curioso e atencioso.

Encontro com o encarregado do Ministério do Turismo, nas ruínas de Sans-Souci, no norte do Haiti

Encontro com o encarregado do Ministério do Turismo, nas ruínas de Sans-Souci, no norte do Haiti


Retornamos à Cap-Haitien em um taptap que pegamos no centro da cidade, logo após termos feito um lanche rápido no restaurante do único hotel-pousada que vimos em Milot. No taptap conhecemos uma menina que, curiosa, nos perguntou de onde éramos e o que fazíamos ali. O Rodrigo se comunicou com ela em francês, eu entendendo quase tudo, mas precisando do marido para traduzir as minhas perguntas e respostas.

Fazendo amigas no Taptap que nos trazia de volta da Citadelle para Cap-Haitien, no norte do Haiti

Fazendo amigas no Taptap que nos trazia de volta da Citadelle para Cap-Haitien, no norte do Haiti


Eis que ela nos pergunta: “Por que vocês não falam creole?” Bem... como explicar... nós falamos português, espanhol, inglês e até o francês (no caso do Rodrigo), mas creole não foi assim, uma prioridade, pois só podemos fala-lo aqui. E ela genuinamente intrigada e sem entender direito, começou a tentar me explicar algumas frases como:
Non mwen se Ana”, “Mwen swiv brezilyen” e a expressão “Bon Bagay”, que quer dizer “gente boa”, bastante utilizada pelos militares brasileiros, por sinal. Para a leiga aqui tudo me pareceu muito com o francês, mas meio tupiniquim “Mim nome é Ana”, mais simples e curto que o francês, quem sabe até mais fácil. Gostei! Se vier morar aqui sem dúvida terei que aprender! Rs!

A popular expressão em creolle que quer dizer 'boa gente', em Cap-Haitien, no norte do Haiti

A popular expressão em creolle que quer dizer "boa gente", em Cap-Haitien, no norte do Haiti


O final do dia foi no bar encima do mercado no Boulevard, com vista para o mar e uma boa prestigie gelada, com uma sensação boa de missão cumprida. Um dia lindo, cheio de explorações e interações no interior do Haiti, descobrindo cada vez mais o quanto esse país tem a nos oferecer e que mesmo com tantas dificuldades, descobrir o quão sorridente e gentil seu povo é. Hey, aqui entre nós, tenho um segredo para contar a vocês, acho que estou apaixonada pelo Haiti!

No interior de uma das torres da Citadelle, no norte do Haiti

No interior de uma das torres da Citadelle, no norte do Haiti

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Labadie, très Jolie!

Blog do Rodrigo Ruínas do Palácio de Sans-Souci, no norte do Haiti

A Monumental Fortaleza e o Palácio em Ruínas

Comentários (1)

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  • 31/10/2014 | 16:30 por Sheila Moralles

    Vocês tem noção que provavelmente vocês foram os poucos brasileiros que desvendaram as belezas turísticas desse local?!

    Estou maravilhada pelo Haiti, e isso quer dizer que a sua paixão foi muito bem passada pelos ótimos textos sobre essa região!

    Parabéns mais uma vez....E o livro minha gente, quando sai?! Terá que ter uma tarde de autógrafo aqui em São Paulo, mas ao invés de uma livraria dentro de um shopping, poderia ser em uma praça com a Fiona!!! Vocês ainda estão com ela??

    Resposta:
    Obrigada Sheila! Realmente me apaixonei pelo Haiti e tenho muita esperança que eles irão se reerguer e o turismo é uma das principais apostas! O livro vai sair e pode apostar que vamos para Sampa para uma tarde de autógrafos, se Deus quiser e o universo ajudar! hahaha! A Fiona está conosco, bela e formosa, mas louca para voltar para a estrada! Bora continuar escrevendo, pq história para contar é o que não falta, obrigada pela força e pelo carinho. Beijos!!!

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