0 Cerro Rico, Potosí - Blog da Ana - 1000 dias

Cerro Rico, Potosí - Blog da Ana - 1000 dias

A viagem
  • Traduzir em português
  • Translate into English (automatic)
  • Traducir al español (automático)
  • Tradurre in italiano (automatico)
  • Traduire en français (automatique)
  • Ubersetzen ins Deutsche (automatisch)
  • Hon'yaku ni nihongo (jido)

lugares

tags

arqueologia cachoeira Caribe cidade histórica Estrada mar Mergulho Montanha parque nacional Praia Rio roteiro Trekking trilha

paises

Alaska Anguila Antígua E Barbuda Argentina Aruba Bahamas Barbados Belize Bermuda Bolívia Bonaire Brasil Canadá Chile Colômbia Costa Rica Cuba Curaçao Dominica El Salvador Equador Estados Unidos Galápagos Granada Groelândia Guadalupe Guatemala Guiana Guiana Francesa Haiti Hawaii Honduras Ilha De Pascoa Ilhas Caiman Ilhas Virgens Americanas Ilhas Virgens Britânicas Jamaica Martinica México Montserrat Nicarágua Panamá Paraguai Peru Porto Rico República Dominicana Saba Saint Barth Saint Kitts E Neves Saint Martin San Eustatius Santa Lúcia São Vicente E Granadinas Sint Maarten Suriname Trinidad e Tobago Turks e Caicos Venezuela

arquivo

SHUFFLE Há 1 ano: Há 2 anos:

Cerro Rico, Potosí

Bolívia, Potosí

Entrando na Mina Rosário, em Potosí - Bolívia

Entrando na Mina Rosário, em Potosí - Bolívia


Um jovem potosino saiu em busca de sua llama nos arredores desta montanha. Finalmente a encontrou sobre um cerro e ali amarrou-a e para se aquecer acendeu uma fogueira. Não demorou muito e ele viu escorrer no chão um líquido, um metal derretido. Ele acabara de descobrir uma mina de prata! Trouxe alguns amigos e ali começou a escavação, porém nesta mesma época os espanhóis chegavam à região em busca das riquezas da sua nova colônia.

Painel com cenas importantes da história de Potosí no restaurante El Mesón (Bolívia)

Painel com cenas importantes da história de Potosí no restaurante El Mesón (Bolívia)


Foi assim que começou Potosí, uma vila na base do Cerro Rico, a tal montanha de prata, estanho e seus derivados, chamados de “complexo” pelos mineiros na extração. O complexo é a maior parcela extraída, esta sai da mina em carrinhos e é despejada nos caminhões que as levarão até os lagos e peneiras que farão a separação manual e química dos compostos. Os minérios mais puros “el purito”, geralmente são carregados em sacas de 45 a 50kg nas costas de cada mineiro por 1 ou até 2km de túneis, até a boca da mina.

Entrada da Mina Rosário, em Potosí - Bolívia

Entrada da Mina Rosário, em Potosí - Bolívia


Fomos lá conhecer o trabalho de perto. As cooperativas permitem a visita de turistas e, embora nem todos os mineiros gostem de ser fotografados e/ou filmados, a incursão nas minas é uma experiência riquíssima.

Afloração de estanho na mina Rosário, em Potosí - Bolívia

Afloração de estanho na mina Rosário, em Potosí - Bolívia


No Cerro Rico são 45 cooperativas de mineiros trabalhando, dividindo a extensão do morro em diversas entradas. São mais de 300 entradas, dezenas e dezenas de quilômetros de túneis escavados, em mais de 17 andares. As condições de trabalho são as mais adversas, além do pó de sílica presente em cada duto, o calor nos veios mais profundos e ricos é insuportável. Os trabalhadores de utilizam a máquina perfuradora possuem uma média de vida de 35 a 40 anos, enquanto os que ficam longe dela podem chegar até aos 60, sempre sofrendo dos males da silicose.

Potosí - Bolívia, vista do Cerro Rico

Potosí - Bolívia, vista do Cerro Rico


Fomos à Mina de Rosário, caminhamos em torno de 1km dentre dutos centrais e secundários para conhecer o trabalho dos mineiros e o seu protetor. Tío Jorge é a entidade protetora da mina. Uma escultura de barro feita pelos próprios trabalhadores, possui dois chifres, e olhos de “pepa”e representa o diabo. Todas as terças e sextas-feiras os mineiros vêm ao Tío e lhe oferecem álcool 96 graus, álcool puro para um mineral puro, folhas de coca, cigarros de tabaco e coca e outras oferendas. Ele possui um pênis ereto para mostrar a sua força em fertilizar a patchamama e garantir que o minério não termine e que a mãe terra continue a lhes dar trabalho e segurança. Duas vezes por ano é feito o sacrifício de fetos llamas. Matam a llama, cortam o seu pescoço e derramam o sangue na porta da mina. Preparam um assado de llama e batatas, sem sal, pois se comem o sal (um mineral) o mineral pode desaparecer. Ali, aos pés do tio vemos o esqueleto da llama oferecida.

Com o protetor espiritual da Mina Rosário, o diabo 'Tio Jorge', em Potosí - Bolívia

Com o protetor espiritual da Mina Rosário, o diabo "Tio Jorge", em Potosí - Bolívia


No caminho vemos mineiros entrando e saindo, alguns já estão na mina há mais de 10 horas. Outros estão no seu intervalo, quando aproveitam para tomar o álcool 96 e mascar a folha de coca, que lhes tira o sono, a fome e lhes dá mais força para continuar dentro da mina.

Junto aos mineiros na Mina Rosário, em Potosí - Bolívia

Junto aos mineiros na Mina Rosário, em Potosí - Bolívia


Depois de ajudar a colocar o carrinho no trilho, Rodrigo finalmente o reconhecimento, “é hombre”, disse o chefe de um grupo que encontramos em um dos dutos. Chegamos mais perto dos locais de extração e conseguimos conversar com uma dupla de trabalho, que nos conta um pouco mais dos detalhes da mina. Mulheres não podem trabalhar ali, pois dão azar, assim como mudanças na rotina do grupo podem ser fatais. No dia do jogo da Bolívia na Copa América um acidente aconteceu, morreram 3 pessoas após uma explosão. Nos apresentaram o whisky boliviano, álgool 96 grados com “gaseosas”, forte como o que!

Junto aos mineiros na Mina Rosário, em Potosí - Bolívia

Junto aos mineiros na Mina Rosário, em Potosí - Bolívia


Os corredores gelados aos poucos vão ficando quentes, o ar puro aos poucos vai ficando mais empoeirado, é a sílica. Cruzamos vários turistas. Já é perto do meio-dia, horário em que podem detonar as dinamites. Os mais antigos e experientes, como nossos amigos que já estão a 15, 20 e 30 anos de mina, sabem que devem avisar aos vizinhos, batendo um “código morse” nas pedras para que os outros fiquem preparados. Ali eles dizem que vão começar e quantas explosões serão. Já é hora de irmos embora... Se Roberta, nossa guia, nos deixa, ficamos o dia todo explorando essas cavernas. Estalactites de minerais verdes, sulfato de cobre, ou de gelo já nos mostram que estamos próximos da saída. Saímos quase 4 horas depois, a 4300m de altitude, um frio absurdo, um céu azul e sol lindo lá fora.

Pronta para entrar na Mina Rosário, em Potosí - Bolívia

Pronta para entrar na Mina Rosário, em Potosí - Bolívia


As minas de Potosí têm mais de 450 anos de história de riqueza e muito sofrimento. Túneis de mais de 300 anos construídos pelos espanhóis e que hoje ainda servem de caminho aos escravos atuais, não mais de uma coroa, mas de um ideal capitalista, quando nem sabem se estarão vivos para aproveitar.

Trabalhador de 16 anos na Mina Rosário, em Potosí - Bolívia

Trabalhador de 16 anos na Mina Rosário, em Potosí - Bolívia

Bolívia, Potosí,

Veja mais posts sobre

Veja todas as fotos do dia!

A nossa viagem fica melhor ainda se você participar. Comente!

Post anterior A enorme encosta com centenas de pegadas de dinossauros, em Sucre - Bolívia

Juracique Parque!

Post seguinte No alto da torre da Catedral, em Potosí - Bolívia

Potosí

Blog do Rodrigo A cidade de Potosí - Bolívia, ao pé do Cerro Rico

Passeando em Potosí

Comentários (1)

Participe da nossa viagem, comente!
  • 04/10/2011 | 15:17 por luiz leal

    vc esta linda com essa roupa de mineradora.sim vi vcs no globo reporter, estao famosos. quanto spaises vcs vao visitar? bjs.....

    Resposta:
    Oi Luiz! Desculpe a demora na resposta, já respondi seus outros comentários tb! rsrs! Nós estimamos em torno de 50 países, são todos os países da América e do Caribe, uma galera! Demooora para ficarmos famosos, ainda mais com a roupinha de mineradora! hahaah! Beijos!

Blog da Ana Blog da Rodrigo Vídeos Esportes Soy Loco A Viagem Parceiros Contato

2012. Todos os direitos reservados. Layout por Binworks. Desenvolvimento e manutenção do site por Race Internet